terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Bota abaixo

Zé Chócrates teve mais um fim-de-semana de inaugurações - coisa que deve repetir-se até às eleições legislativas de 2009, arrisca o Chocrático - e fez-se acompanhar do ministro Lino, enquanto que o ministro Pino parece não ter sido convidado para o passeio.
Apesar do ruído feito por que se manifestava contra os representantes do governo - daí terem sido democraticamente obrigados a manter-se bem longe da comitiva - o Chocrático, sempre atento, escutou este desabafo de Zé Chócrates para o seu ministro: “Ó Lino, ainda bem que estamos em crise! Assim, pelo menos, os portugueses não me atiram com os seus sapatos, senão tinham que andar descalços até terem dinheiro para comprar outro par…”

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Memória (muito) selectiva

Ainda a propósito do BPN e em directo na TV, o mesmo Dias Loureiro conseguiu precisar o ano, o mês, o dia e a hora a que foi recebido no Banco de Portugal, a seu pedido, por António Marta. Só não se recordava é se este era, na ocasião, governador ou vice-governador…
Por acaso o Chocrático também conhece uma senhora que se lembra que foi ao médico às 16h00m do dia 21 de Abril de 2001 – só não se consegue recordar é se ele era ortopedista ou ginecologista…

Temos de ser uns para os outros

O PS de Zé Chócrates inviabilizou a presença de Dias Loureiro na Assembleia da República para prestar esclarecimentos sobre o BPN…
Talvez o tenham poupado por ele ainda não se ter recomposto de tanta baba e ranho que chorou aquando da apresentação do livrinho sobre o menino de ouro…

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Palhaços ricos

O Chocrático deparou-se com Zé Chócrates em Pirescoxe a inaugurar uma escola de palhaços (ricos e pobres) e questionou-o sobre a recente nacionalização do BPN:
- Porreiro, pá, porreiro! Mais uma vez o governo a que presido mostrou estar em cima dos acontecimentos e actuou com determinação, utilizando o dinheiro dos portugueses para apoiar mais uma instituição financeira – gabou-se, contrariamente ao que é seu costume, o chefe do governo.
- Mas o Banco de Portugal não deveria fazer o seu trabalho, ou seja, não deveria ter estado mais atento e ter tomado medidas mais cedo, ainda para mais quando o conselho de administração deste banco central custa mais de um milhão e meio de euros por ano aos portugueses, com o próprio Vítor Constâncio a ganhar mais que o seu equivalente nos Estados Unidos da América, o presidente do Federal Reserve Board? – inquiriu, ingenuamente, o Chocrático.
- Não necessariamente - justificou Zé Chócrates – porque tanto o governador como os vice-governadores e os administradores dedicam o seu tempo no Banco de Portugal a estudar a melhor maneira para aplicarem todo o dinheiro que metem ao bolso à conta dos portugueses e, logicamente, não se lhes pode exigir que supervisionem as instituições de crédito e as sociedades financeiras e que tomem medidas preventivas logo que se imponham. Afinal de contas são apenas pessoas e não podem fazer tudo ao mesmo tempo. Mas já dei instruções para que o computador mais ibero-americano que existe, o Magalhães, seja também distribuído a toda a administração do Banco de Portugal e, assim, com a comodidade da banda larga, tenho a certeza que da próxima vez que houver bronca com algum banco, o Vítor Constâncio e os seus pares já podem tomar conhecimento dela muito mais cedo através dos jornais online…

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

'Tou aqui tão bem...

O Chocrático apurou que Zé Chócrates começou já a preparar a campanha eleitoral com o objectivo de ser reconduzido no cargo de primeiro-ministro, de modo a continuar durante mais quatro anos o belíssimo trabalho que tem vindo a fazer desde que arranjou cama, mesa e roupa lavada à borla em São Bento.
Inspirando-se em Barack Obama, Zé Chócrates já deu instruções aos seus assessores para prepararem um programa de televisão com uma hora de duração que será emitido uma semana antes das eleições legislativas de 2009. Esse programa, exaltando os feitos de Chócrates e do seu governo, será dirigido principalmente aos eleitores que ainda acreditam nele, sendo emitido no canal Panda, nos vários canais Disney e também na SIC, onde será incluído numa emissão especial de “Os Malucos do Riso”.
Seguindo também a táctica Valentim Loureiro, Zé Chócrates procurará ganhar o voto dos pensionistas oferecendo um computador “Magalhães” a cada um, especialmente àqueles cuja reforma mal lhes chega para comer e para a farmácia, quanto mais para navegar na Internet…

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Siga!!

Algumas mentes - das muitas iluminadas que fazem parecer o Ministério da Educação uma rua da Baixa em época de Natal - propuseram que nenhum aluno reprove no seu percurso até ao 9º ano de escolaridade. O Chocrático vai mais além e propõe outras medidas que visam também o bem-estar dos alunos portugueses:
- que as entediantes disciplinas de Matemática, Português, Física e Química passem a ser opcionais, tendo como alternativa outras disciplinas igualmente enriquecedoras e formativas, mas menos maçadoras, como “Introdução à Playstation”, “Playstation Avançada”, “Conversação em calão” e “Navegação na Internet”
- que nenhum aluno reprove até ao 12º ano, desde que mande um SMS no início do ano escolar a inscrever-se (para evitar a maçada de ter que se deslocar ao estabelecimento de ensino)
- a entrega imediata de um diploma a todos aqueles que se inscreverem num curso superior (também por SMS, claro…), ficando ao seu critério deslocar-se à faculdade e aprender qualquer coisa ou ficar em casa a conversar no Messenger

- que a todos aqueles que consigam completar a escolaridade mínima sempre com notas negativas seja imediatamente atribuído um lugar de ministro, secretário de estado ou encaminhado para a carreira política, porque a sua qualificação será, conforme se comprova diariamente desde há muito tempo, mais que a suficiente para ocupar um desses cargos

Jackpot

O ministro Vieira da Silva, assim como os seus colegas Pino e Lino, encontram-se em Las Vegas, não para acompanhar as eleições presidenciais americanas, mas para visitarem alguns casinos daquele paraíso do jogo.
O Chocrático contactou com o ministro Vieira da Silva via telefone e reproduz aqui as palavras do dito cujo: “Pois é verdade que viemos a Las Vegas para jogar nas slot-machines e, possivelmente, na roleta e no poker de dados, para recuperamos os duzentos e tal milhões de euros das pensões dos portugueses que este ano se perderam devido aos investimentos acertados que fizemos no mercado de acções. Mas os portugueses podem ficar descansados porque vamos reaver todo o dinheiro do Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social que se desbaratou, pois os consultores financeiros do meu Ministério já me garantiram que há maiores probabilidades de sair um jackpot aqui no casino do que eles aplicarem bem o dinheiro do Fundo. E se mesmo assim a coisa correr mal, tenho a certeza que os portugueses irão ajudar a repor o dinheiro perdido descontando mais um por cento para a Segurança Social e reformando-se apenas aos 80 anos…”.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

O freguês que se segue!

O Chocrático estava na banca dos jornais a tentar espreitar o último número das revistas Maxmen, GQ e FHM para ver se encontrava as fotos de Marta Leite de Castro com pouca roupinha – só para apreciar a qualidade das fotografias, claro – e afinal o que conseguir vislumbrar foi uma notícia de jornal referindo que vão aumentar as cirurgias em ambulatório nos hospitais públicos, o que elimina o internamento dos doentes e, dizem, vai reduzir as listas de espera.
Em face desta notícia o Chocrático, sempre pronto a ajudar, oferece aqui à ministra Ana Jorge uma sugestão que permitirá não só reduzir ainda mais as listas de espera mas também libertar espaços nos hospitais, espaços esses que poderão ser utilizados para salas de espera para quem recorre às urgências. Assim o Chocrático propõe a aquisição de uma frota de carrinhas tipo biblioteca itinerante da Gulbenkian ou da Câmara Municipal de Lisboa, mas equipadas para a realização de cirurgias, incluindo médico, enfermeira, anestesista e funcionário da ASAE, para fiscalizar as operações. Cada uma destas carrinhas deambulatórias, ia andando por aí a tocar uma musiquinha irritante como a que anuncia as carripanas da Family Frost, estacionava à porta do doente, tocavam à campainha para ele vir cá abaixo, fazia-se a respectiva ficha no “Magalhães” que era parte integrante do equipamento da carrinha, procedia-se à cirurgia ali no local (mas rapidamente, antes que a carrinha fosse bloqueada pela EMEL) e, por fim, despachava-se o doente para sua casa que é onde ele está melhor e passava-se ao seguinte.

É claro que, e à semelhança do que se vai passar com as cirurgias em ambulatório, dava-se o contacto de um médico ao doente para o caso de haver complicações com o pós-operatório, mas como este tem de ligar para o número geral do hospital, pedir para ligar ao bloco, expor o caso ao funcionário do atendimento e, por fim, esperar que o médico apareça ao telefone, talvez seja melhor ir logo tirar senha na urgência do hospital mais próximo…

É à escolha, ò freguês!

No sábado passado o Chocrático topou o ministro Jaime Silva em amena cavaqueira com alguns agricultores, todos sentados à mesa – os agricultores numa e o ministro noutra, claro – com aqueles a alambazarem-se com umas costeletas de vitela e vinho tinto do bom e este a degustar um peixinho grelhado acompanhado duma água mineral. Ou seja, com o ministro bem integrado com os agricultores, como é seu costume.
E perorava o nosso ministro sobre a sua última ideia luminosa, a carta de azeites: “Sim – afiançava ele – eu desejo que quando alguém for ao restaurante possa escolher numa carta de azeites qual é que vai utilizar no tempero dos alimentos que vai ingerir. E pretendo ir ainda mais longe, de tal modo que quando alguém for ao restaurante e pedir, por exemplo, bacalhau com grão, não só lhe seja apresentada a carta de azeites, mas possa igualmente escolher os outros temperos, ou seja, que lhe sejam apresentadas também a carta de vinagres, a carta de sais, a carta de pimentas, a carta de salsas, a carta de cebolas e ainda a carta de alhos”.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Podemos dormir descansados (2)

O Chocrático encontrou Zé Chócrates em Pescanseco do Meio a inaugurar mais uma creche (talvez a 29ª nos últimos dias…) e questionou-o sobre a actual situação económica nacional, ao que ele respondeu peremptoriamente: “Os portugueses não têm motivos para estar preocupados porque, tal como ontem afirmei, o Estado não deixará de cumprir o seu dever e apoiar as famílias mais carenciadas, ou seja, os Mellos, os Azevedos, os Espíritos Santos, os Berardos e os Amorins, que estão a perder muito dinheiro com esta crise financeira”.

Podemos dormir descansados

Teixeira dos Santos veio dizer que as poupanças dos portugueses estão garantidas aconteça o que acontecer… e o Chocrático ficou na dúvida – então não era este ministro, juntamente com o seu colega Pino (desta vez sem o Lino) e o patrão Zé Chócrates que há algum tempo atrás diziam que não havia crise nenhuma e que se houvesse alguma “crise externa” esta não iria afectar Portugal? Pois….

Cristiano Ronaldo no desemprego

Há algum tempo atrás, aquando da apresentação dos resultados do BES no primeiro semestre deste ano, Ricardo Espírito Santo afirmou algo como “temos que equacionar uma redução de pessoal” o que se justificava, na óptica daquele, porque o BES só havia tido lucros de quarenta e tal milhões de contos [no primeiro semestre, note-se]. Ora com os mercados financeiros em convulsão, as acções a caírem a pique e a crise do subprime, o Chocrático, no alto da sua inocência de quem não percebe nada disto, tem para ele que o BES no segundo semestre vai ter lucros ainda inferiores aos quarenta e tal milhões de contos que, pelos vistos, eram coisa pouca. Por isso, o Chocrático antecipa já aqui que todos os funcionários do BES que ainda não o foram, vão ser despedidos agora, incluindo o Cristiano Ronaldo, que tanta publicidade faz ao banco. Mas descanse quem tem conta no BES: os funcionários vão ser “reduzidos a zero” mas os administradores mantêm-se e bem pagos como até aqui. Afinal de contas se houve alguém que teve visão estratégica e/ou avalizou os investimentos em fundos imobiliários norte-americanos que tão belos frutos têm gerado não foi, com certeza, o caixa do balcão de Freixo-de-Espada-à-Cinta…

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Mais uma crise resolvida

O Chocrático deparou-se com o ministro Mário Lino a passear lá para os lados da Ota e questionou-o sobre o que fazia por ali. Eis as suas palavras: “Já que o novo aeroporto não vai ser construído aqui, estou a pensar rentabilizar os terrenos. Assim, prosseguindo a política de Zé Chócrates de proteger quem mais precisa, vamos resolver uma grave crise habitacional e social que afecta um sector da população. Para isso o governo vai construir moradias com piscina que serão entregues a quem precisa, neste caso os vereadores, os deputados da Assembleia Municipal e outros quadros superiores da Câmara Municipal de Lisboa que recebem tão pouco que só podem pagar rendas de algumas dezenas de euros em casas camarárias no centro da cidade…”.

A verdadeira razão

O Chocrático tem para si que esta onda de assaltos (ele são bancos, postos de abastecimento, ourivesarias, caixas multibanco e tudo o que vier à rede) tem uma base social: os cidadãos que se dedicam a essas actividades de risco procuram apenas complementar os seus magros orçamentos familiares, já que os vencimentos do agregado familiar (à semelhança do que se passa com muitos outros portugueses) não chegam para as prestações da casa e do carrito modesto, para as despesas do supermercado e da farmácia, e ainda para o material escolar, incluindo os livros e os indispensáveis “Magalhães”, para as crianças.
É que nem todos podem ter empregos como deputados, gestores públicos ou administradores de bancos para dispor de um ordenado que permita cobrir todas essas despesas…

(alterada em 6 Out 2008)

Férias (3)

Foi à porta do dito bar que o carro do Chocrático veio a ser encontrado alguns dias mais tarde, só que, quando o foi buscar e pretendia regressar a casa, perdeu-se numas estradas sem qualquer indicação (as únicas do país nessas condições, certamente) e acabou por ir parar ao centro da Quinta da Fonte. Foi aí que o Chocrático teve oportunidade de constatar a que é que os nossos governantes se referem quando dizem que vivemos num país seguro, já que quase todos os moradores do bairro andavam armados, alguns ostentando mesmo carabinas e shotguns. “Se todos os bairros fossem assim não havia roubos nem violência – cogitou o Chocrático – só faltavam mesmo eram uns rottweillers e uns pitbulls à solta para morder quem não fosse conhecido no bairro e a segurança dos moradores era completa…”.

Férias (2)

Pior foi quando, no último dia de férias e quando dava um passeio de carro pelos subúrbios de Lisboa (já que o dinheiro não dá para mais) o Chocrático foi vítima de um roubo por carjacking e se viu privado do seu carocha de 1967. Embora não fosse uma viatura de alta cilindrada, era a que estava mais à mão, conforme os ladrões tiveram a amabilidade de explicar antes de arrancar com o carro a alta velocidade (que é como quem diz…). Felizmente que o carro não foi danificado nem utilizado no roubo de nenhuma caixa multibanco, já que os ladrões apenas queriam ir beber umas imperiais e comer uns amendoins e não lhes apetecia ir a pé até ao bar, que ficava três quarteirões abaixo do local onde o Chocrático foi assaltado. Dado que o pior que lhes pode acontecer é terem de se apresentar semana sim semana não na esquadra do bairro, alguns cidadãos habituam-se a puxar da arma e a pedir carros emprestados para ir para o emprego – roubar bancos, gamar caixas multibanco, assaltar postos de abastecimento, etc. – e depois não querem outra coisa, incluindo ir de “rabinho tremido” até ao café ou à padaria…

Férias (1)

Pois é, o Chocrático tem andado desaparecido da blogosfera, mas por razões pertinentes, nomeadamente porque esteve a fazer companhia a Zé Chócrates nas férias deste. Assim, enquanto o nosso director geral - mais comedido devido à situação económica do país - se ficou por uma unidade hoteleira de luxo no sul de Espanha, o Chocrático, mercê das poupanças amealhadas desde as últimas férias, alambazou-se com três dias de férias na tenda que alguns familiares (ainda) têm no parque de campismo da Costa da Caparica.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Bobo nuclear

O Chocrático estava no Chiado a olhar “p’ró Camões” quando viu Vítor Constâncio a sair do Tavares Rico onde, devido à crise que a toda a hora apregoa e ao seu reduzido vencimento mensal de alguns milhares de contos, deveria ter estado a almoçar um rissol e um copo de água. Era a ocasião ideal para o ouvir a propósito da energia nuclear que recentemente veio defender: “Acho sinceramente que Portugal devia encarar a sério a opção nuclear, à semelhança do que fez a Finlândia, aquele maravilhoso país do Norte da Europa que nos deve servir de exemplo para tudo, excepto para a qualidade de vida, para o nível de desenvolvimento, para as políticas de educação e de segurança social, para os vencimentos, para o controle dos dinheiros públicos e para outras coisitas de somenos. Acho que o nosso país, onde os edifícios novos nascem com defeitos de construção e onde os erros de projecto matam pessoas nas estradas, tem plena capacidade para construir uma central nuclear. Enfim, eu só não queria era que ficasse perto da minha casa, não porque não confie na segurança da central, mas porque ela ficava mais bem arrumadinha lá para o Norte de Portugal, no Alentejo ou até no Algarve, mas longe da praia onde eu tenho a minha casa de férias”. Questionado sobre as vantagens de aproveitar antes as energias eólica e solar que abundam no nosso país, contrariamente ao que acontece na Finlândia, Vítor Constâncio elucidou o Chocrático: “Pois, mas eu não conheço ninguém que tenha interesses nesse ramo de negócios e agora desculpem-me que eu tenho ali o motorista à espera há três horas e eu pedi-lhe para deixar o ar condicionado do BMW ligado”.

Arreganha a tacha

Na peugada da taxa “Robin dos Bosques”, o Governo prepara-se para introduzir outras taxas cinematográficas, desta vez dirigidas ao contribuinte comum:
- taxa “Os Três Estarolas” – designação da proposta da ERSE que pretendia repartir os custos das facturas incobráveis de electricidade por todos os consumidores cumpridores
- taxa “Comboio dos duros” – proposto por Mário Lino, é um novo imposto que todos os portugueses vão começar a pagar, desde já, por conta da poupança de 11 minutos nas deslocações entre Lisboa e Porto, quando o TGV começar a circular lá para 2024
- taxa “Assalto ao Aeroporto” - outro imposto que todos os portugueses vão começar a pagar já, por conta das vantagens de disporem de um novo aeroporto a 50 quilómetros da capital
- taxa “Feios, Porcos e Maus” – suplemento no IRS para custear o aumento das reformas dos políticos (que actualmente são muito reduzidas)
- taxa “Ali Bábá e os 40 ladrões” – acréscimo no IRS para custear o aumento das reformas dos administradores do Banco de Portugal (que são ainda mais reduzidas)
- taxa “Pátio das Cantigas” – acréscimo no IRS destinado a financiar obras na Assembleia da República

- taxa “O bando de Jesse James” – aumento de cerca de 0,5% na taxa de IRS que, segundo palavras de Zé Chócrates, é “devida pelos contribuintes por serem governados por pessoas tão brilhantes e esforçadas, que apresentam tão bons resultados”

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Bom aluno

O Chocrático encontrou Maria de Lurdes Rodrigues, ministra da Educação, a comer um pastelinho de Belém e a beber um chá de camomila e teve, com ela, uma conversa muito agradável. A certa altura, no meio da cavaqueira sobre professores, aulas e lições, veio à baila uma frase que Zé Chócrates proferiu em tempos, em que advertia que “que não aceitava lições de esquerda de ninguém”. Quisemos ouvir a opinião da ministra: “Não estranho nada essa afirmação, porque ela não é inédita, sendo até bastante comum a pessoas com determinadas capacidades intelectuais, uma postura muito decidida perante a vida, ideias muito próprias e um reconhecimento firme sobre quem tem, ou não, mais conhecimentos. Posso dizer, e só para citar um exemplo, que nas escolas secundárias de bairros problemáticos há alunos que têm 18 anos e que frequentam o sétimo ano de escolaridade porque também eles, à semelhança de Chócrates, não aceitam lições de ninguém”.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Volta ao mundo em 480 dias

O ministro da Presidência, Silva Pereira, tomou as dores do seu amo – resultantes da entrevista de Medina Carreira à SIC – e já tratou de oferecer ao fiscalista um cruzeiro à volta do mundo, para provar a este que no Governo podem fazer palhaçadas, mas não são rancorosos. Pelo que o Chocrático apurou, a fotocópia de Zé Chócrates só não informou Medina Carreira que o cruzeiro será algo demorado, ocorrendo o regresso a Lisboa só depois das eleições legislativas de 2009. Fontes geralmente bem informadas asseguram que apesar do mau-estar provocado no seio do Governo pela referida entrevista, Silva Pereira quer fazer uma surpresa agradável ao fiscalista e só no momento de embarque, quando já não houver hipótese de este recusar, é que revelará que o cruzeiro será a bordo dum luxuoso porta-contentores de pavilhão panamiano, dispondo Medina Carreira de sumptuosas acomodações no porão, num cubículo junto à casa das máquinas…

Silêncio!

Chiu! Leiam em voz baixa e não façam barulho porque o menino ainda está a dormir. É que ontem, depois da entrevista de Medina Carreira à SIC, Zé Chócrates ficou com tal azia que só conseguiu adormecer depois de tomar três pastilhas Rennie e cinco calmantes. Mas antes ainda andou a telefonar a várias pessoas a inquirir se a delegação das FARC que vem à Festa do Avante não pode raptar o fiscalista e escondê-lo na selva colombiana durante sessenta e seis anos…

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Carpideira de serviço

Quando Dias Loureiro, na cerimónia de apresentação da imprescindível obra “Chócrates – o menino de ouro do PS”, se confessou emocionado, vozes maldizentes acusaram-no de estar a “puxar o lustro” ao primeiro-ministro e chegaram a augurar-lhe um futuro bem lustroso como engraxador no Rossio. O Chocrático, todavia, apurou que Dias Loureiro já se tinha comovido na apresentação do livro de Carolina Salgado e, mais ainda, que tinha vertido algumas lágrimas na apresentação do último livro do “Harry Potter”. Temos homem!

Uma tirada do menino (2)

O Chocrático, na sua laboriosa missão de prestar um serviço público, oferece aos seus leitores mais uma passagem do best-seller “Chócrates – o menino de ouro do PS”. Venha ela:“Uma noite destas estava em casa, afundado no sofá na companhia do meu copinho de leite morninho, e enquanto ouvia o Tony Carreira que cantava aquela canção ‘Sonhos de Menino’ pus-me a recordar os meus sonhos. Lembrei-me de ser mais novo e gostar muito do filme ‘Robin dos Bosques’, especialmente a versão da Disney, que tinha as raposas e o tigre. Lembro-me como se fosse hoje que sonhava em ser o herói do filme, de espada em punho, a defender os oprimidos. Foi talvez por isso que, mais tarde, pratiquei esgrima, e voltei a ter os mesmos sonhos de menino. E ainda nessa altura continuava a ver-me como o grande defensor dos perseguidos, escondido na floresta e sempre pronto a atacar aqueles que procuravam saquear os desgraçados dos cobradores de impostos com o intuito de distribuir o dinheiro pelos pobres. E imaginava-me como um esbelto xerife de Nottingham com fato Armani, impondo a ordem nas florestas, zelando para que os impostos fossem total e devidamente cobrados e entregues às finanças do reino, nem que para isso tivessem de ser espremidos os aldeões magricelas que berravam já viver na pobreza. Mas o melhor era quando eu me imaginava a esgrimir com o Robin dos Bosques, um tipo grosseiro e com pouca instrução, com cara de Francisco Louçã, e que se dedicava a perseguir os coitados dos cobradores de impostos, que apenas cumpriam a sua missão – é que levava tantas que fugia a correr para os braços duma aldeã famélica. No meu sonho eu tinha um ajudante de xerife igualzinho a mim, o Peter Silva Pereira, que durante os duelos me ia dando umas instruções preciosas em voz baixa – ataca ali, passa-lhe uma rasteira agora, dá-lhe já que ele ainda está a desembainhar a espada – e assim eu conseguia vencer sempre. O mais curioso é que o destino me levou a ser o paladino dos oprimidos e ainda hoje defendo, não com a espada mas com legislação, o pagamento de impostos pelos cidadãos deste país, especialmente os mais pobres porque são em maior quantidade que os ricos”.

Pobres e remediados

O Chocrático encontrou o ministro das Finanças na Praça do Comércio a dar milho transgénico aos pombos, e questionou-o sobre as notícias recentes que davam conta que em 2006 apenas 40 mil agregados familiares apresentaram rendimentos superiores a 100 mil euros. Eis a sua resposta: “Você acha que são poucos? Pois saiba que são muito menos, contam-se pelos dedos de uma das mãos. O que houve foi muitos contribuintes que exageraram nos rendimentos, ou porque não sabem fazer contas ou porque querem impressionar os familiares ou os vizinhos… Posso até adiantar-lhe que apenas o José Mourinho e o Vale e Azevedo têm rendimentos superiores a 100 mil euros anuais. Nem sequer o Belmiro de Azevedo e o Joe Berardo ou mesmo o Cristiano Ronaldo têm rendimentos dessa ordem, porque têm muitas despesas. Mas fique sabendo que o Fisco vai devolver dinheiro a esses contribuintes que não preencheram correctamente a declaração de IRS”. Interrogado sobre o número tão reduzido de portugueses com rendimentos elevados, o ministro acrescentou: “A verdade é que a crise - a externa porque a interna já foi resolvida pelo nosso primeiro-ministro - está a afectar todos os portugueses. Veja lá que ainda ontem estive a almoçar com o Vítor Constâncio e ele confidenciou-me que para comprar um televisor LCD teve de pedir um crédito em 36 prestações… E é um LCD dos pequenos!”.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Uma tirada do menino

O Chocrático, numa perspectiva de serviço público, oferece aos seus leitores uma passagem da já incontornável obra “Chócrates – o menino de ouro do PS” em que é abordada a vida privada do ilustre estadista. Passemos, então, às palavras de Zé Chócrates para a autora dessa obra de referência do século XXI:
“Quando o presidente francês Sarkozy assumiu a sua relação com a cantora e ex-modelo Carla Bruni achei que eu próprio podia ter uma relação do mesmo tipo. Afinal de contas eu, como grande impulsionador do Tratado de Lisboa, sou um governante com maior peso na União Europeia do que ele e, mais que isso, sou mais bonito e trajo fatos melhores que os dele, por isso encetei uma relação com uma das cantoras mais importantes e representativas do panorama musical português, a Ruth Marlene. Essa relação, infelizmente, durou apenas vinte minutos, não porque ela não me desejasse ardentemente, mas por incompatibilidades de horários – ela gosta de sair à noite e de se deitar tarde e eu às nove da noite já estou de roupão e chinelos a beber um copinho de leite morninho para me ir deitar. Mas ainda tenho esperança na Ana Malhoa, que é muito caseirinha e até faz mais o meu género”.

Alta velocidade no IC19

A propósito da instalação de radares no IC19 e tendo presente as condições de tráfego habituais naquela via – devagar, devagarinho ou parado – o Chocrático foi ouvir o ministro das Obras Públicas, Mário Lino, que refutou liminarmente a hipótese dos radares não detectarem ninguém em excesso de velocidade: “Os radares do IC19 não vão permitir recuperar o investimento? Jamé! Os limites de velocidade é que vão ser alterados, por isso os aceleras que se ponham a pau! Vamos instalar dois radares cujo limite de velocidade é de 3 km/h e os restantes oferecem uma coima a quem circular com uma velocidade superior à da recuperação da economia nacional”.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

O meu menino é de ouro (4)

O Chocrático saiu à rua e ouviu algumas opiniões sobre a biografia “Chócrates – o menino de ouro do PS”:

Jerónimo de Sousa: quem duvidasse que Chócrates está ao serviço do capitalismo, fica totalmente elucidado com o título do livro – menino de OURO...

Manuela Ferreira Leite: leio-o à noite para adormecer o meu neto, que sempre gostou muito do Harry Potter e de histórias imaginárias.

Manoel de Oliveira: gostei muito porque me fez lembrar alguns personagens do Aniki Bóbó. Estou a pensar fazer um filme usando o livro como argumento mas para concorrer ao festival de Cannes e para não ser muito diferente dos meus filmes anteriores, tenho de dar um pouco mais de acção e de movimento à história.

Ana Drago (com um beijinho do Chocrático para a deputada do BE): comprei dois exemplares e tornaram-se os meus livros de mesa-de-cabeceira – como era uma mesa muito baixinha, coloquei-a sobre os livros e agora está com a altura ideal. É um livro realmente útil.

Maria de Lurdes Rodrigues: no próximo ano lectivo esta biografia irá substituir Camões e Pessoa nos programas de Português do ensino secundário. Trata-se de uma obra épica sobre um herói dos nossos tempos, uma obra ao nível da Eneida e da Ilíada - pelo menos foi o que ouvir dizer, porque eu não conheço estas duas senhoras gregas.

Ana Jorge: a biografia do nosso primeiro-ministro é um sucesso! Distribuímos exemplares a todos os utentes da urgência do hospital Amadora Sintra e há quem goste tanto do livro que o lê duas ou três vezes seguidas enquanto espera para ser atendido.

José Mourinho: li este livro e humildemente reconheço que se há alguém que mereça o título de “special one” é Zé Chócrates, porque ele é verdadeiramente grandioso. Agora peço imensa desculpa aos senhores porque tenho uma consulta marcada com o meu psicólogo…


José Eduardo Moniz: a TVI já comprou os direitos deste “best-seller” e vai fazer uma telenovela com 782 episódios. Como de costume, o título da novela será o mesmo de uma música portuguesa que servirá também de banda sonora e, para esta novela, só pode ser um tema do Tony Carreira. É que embora a biografia se debruce sobre o passado e o presente de Zé Chócrates, a telenovela também olhará para o futuro, por isso vai intitular-se “Depois de ti mais nada”.

O meu menino é de ouro (3)

Zé Chócrates enviou para os chefes do Governo de todos os países da União Europeia um exemplar autografado da sua biografia “Chócrates – o menino de ouro do PS” com um cartãozinho onde escreveu: “Não ofereço a versão inglesa, que eu próprio estou a traduzir, porque está um pouco atrasada - é que tenho tido alguma dificuldade com a tradução dos termos técnicos”.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

O meu menino é de ouro (2)

Hoje os jornais de distribuição gratuita – Destak, Global, Meia Hora e Metro – ofereciam um exemplar do best-seller “Chócrates – o menino de ouro do PS”. Durante a manhã foi possível encontrar numerosos livros com a biografia do primeiro-ministro no chão porque, como de costume, muitos dos leitores deitaram para o lixo a publicidade que acompanha esses jornais.

O meu menino é de ouro

Dias Loureiro, antigo ministro do governo PSD, declarou-se emocionado com a biografia “Chócrates – o menino de ouro do PS” durante a apresentação pública desta obra, tendo confessado ao Chocrático: “Não me lembro de nenhum livro que me deixasse tão emocionado como este. Nem ‘As palavras que nunca te direi’ me fizeram chorar tanto. Foi uma experiência transcendente que mexeu muito comigo e que me fez lembrar um outro momento pungente da minha vida, quando vi o ‘Titanic’ e chorei baba e ranho na cena em que o Leonardo di Caprio morre congelado nos braços da sua amada”.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Notícia de última hora

Para fazer caridade para os americanos, Bill Gates deixa a Microsoft; por caridade para com os portugueses, Zé Chócrates deixa o Governo.

Vitórias sem espinhas

O Chocrático questionou Zé Chócrates sobre a vitória da Espanha sobre a Alemanha na final do Euro 2008; eis as suas palavras: “Porreiro, pá, porreiro! Já estive ao telefone com o Zapatero para lhe dar os parabéns pela vitória sobre aquela chancelerzinha arrogante, que olha sempre para mim com desprezo, como se eu fosse o líder de um gangue de charlatães que andam a tirar aos pobres para dar aos ricos. Só tive pena de não ter visto o jogo porque estive a telefonar para Harare, a falar com o Mugabe e a dar-lhe os parabéns pela vitória estrondosa e justa nas eleições presidenciais no Zimbabwe. Como nas próximas eleições legislativas também gostava de ganhar com uma percentagem superior a 85% dos votos, estive a ouvir alguns conselhos daquele líder que é um verdadeiro modelo de democracia para mim, e até já comecei a pô-los em prática. Já falei com o ministro da Defesa para a tropa começar a aniquilar os seguidores da Manuela Ferreira Leite e do Louçã e, de caminho, dar também uma coça no Manuel Alegre e no Mário Soares. Também já pus a ministra da Saúde em campo e brevemente todos aqueles que derem entrada no hospital têm de confessar a sua cor partidária, sendo que aqueles que não forem afectos ao rosa regressam ao fim das listas de espera ou então morrem misteriosamente na mesa de operações. Não é que eu esteja agarrado ao poder ou seja vaidoso e arrogante, mas como não há ninguém melhor do que eu para o lugar de primeiro-ministro, posso garantir-vos que em 2009 vou ser eleito com uma larga maioria absoluta. E o Mugabe até já me explicou como é que o número de votos no PS pode ser superior ao número de votantes sem que haja qualquer fraude eleitoral - como homem prevenido vale por dois, quando forem votar, em 2009, todos os militantes do meu partido levam no bolso um preservativo ou a pílula do dia seguinte”.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Vingança no tribunal

Quando o ex-secretário de Estado da Administração Pública, João Figueiredo, tomou posse do seu lugar de juiz no Tribunal de Contas, foi informado que ficaria encarregue dos dossiers do TGV e do novo aeroporto. Agastado, o novel juiz confidenciou ao Chocrático: “Não bastou terem-me impedido de continuar a pôr ordem nos miseráveis dos funcionários públicos, agora querem sobrecarregar-me com trabalho, mas eu digo-lhes como é! Nem sequer vou olhar para os dossiers e vou dar o meu parecer que as contas estão todas muito bem feitinhas e que não há nenhuma irregularidade. E quero lá saber que os trabalhos a mais sejam superiores ao valor das obras. He he he, quem vai ficar lixado com isso é o Zé Chócrates e também o Teixeira dos Santos…”.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Bola de Berlim

O Chocrático encontrou Zé Chócrates logo de manhã a tomar o pequeno almoço - um copinho de leite morninho e um “petit-four” de amêndoa - e não resistiu a pedir-lhe a sua opinião sobre a semi-final do Euro 2008 que opôs a Alemanha à Turquia: “Porreiro, pá! Tive oportunidade de ver o jogo descansadinho no meu sofá, de pantufas e roupão na companhia do Pedrinho, perdão, do ministro da Presidência. E posso dizer-vos que estávamos a torcer pelos turcos, de tal modo que pedi ao Silva Pereira para procurar duas bandeiras da Turquia para nos embrulharmos nelas, como verdadeiros adeptos. Como não encontrou bandeiras turcas, trouxe duas toalhas turcas que até combinavam com algumas das nossas gravatas, porque eram cor-de-rosa”. Questionado sobre o porquê de estar a apoiar a Turquia, que não faz parte da Comunidade Europeia, Chócrates justificou-se: “Eu nem gosto muito da Turquia e até ando a fazer pressão para que não entre na Comunidade Europeia, senão deixamos de ser o 27º país mais evoluído do espaço comunitário e passamos a ser o 28º. Mas ainda gosto menos da Alemanha, não só porque aquela mulherzinha chanceler me mete medo, mas principalmente porque é um país desenvolvido e governado por gente que sabe o que faz, ou seja, nada que nos possa servir de exemplo”.

Todos de acordo

Questionado sobre os resultados do último Eurobarómetro, que concluem que menos de um terço dos portugueses tem confiança no Governo, Zé Chócrates comentou: “Não me admira nada, porque eu próprio também não confio neste Governo”.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Os inadaptados

A propósito do governo ter abdicado do “despedimento por inadaptação funcional” para conseguir o entendimento entre os parceiros da Concertação Social sobre as alterações ao Código do Trabalho, o Chocrático ouviu Zé Chócrates logo após o seu jogging matinal: “Porreiro…uff…pá! … uff… esperem um pouco que estou muito cansado… uff… tenho que deixar de fumar… perdão, tenho de deixar de ficar ao pé do fumo do Manel Pinho". Após alguns momentos para recuperar o fôlego, Chócrates continuou: "Mais uma vez a oposição mentiu ao dizer que exigi a eliminação da cláusula de despedimento por inadaptação funcional, já que a mesma me obrigava a despedir todos os ministros. Posso afirmar que isso é completamente falso, já que o Silva Pereira está completamente adaptado à função de eminência parda”. Na ocasião o Chocrático ouviu também o ministro Vieira da Silva, com uma versão ligeiramente diferente: “É falso que o primeiro-ministro não tenha concordado com esta alteração ao Código do Trabalho. Na verdade até ficou muito satisfeito que o despedimento por inadaptação tivesse sido excluído porque, assim, sempre tem o lugar garantido até às eleições…”.

Palmadinhas nas costas

Em face das notícias recentes sobre a multa ao BCP por irregularidades cometidas no aumento de capital da instituição bancária, o Chocrático foi ouvir um responsável da CMVM: ”Confirmo que é inteiramente verdade que o BCP vai ser multado. Aliás, posso adiantar-vos que ainda ontem estive a almoçar no Clube dos Empresários com dois administradores desse banco, meus amigos pessoais, e estivemos a ajustar o valor da multa. E agora desculpem-me mas tenho que me ausentar, porque vou dar umas tacadas no campo de golfe da Penha Longa com um outro administrador e com o director financeiro do BCP, a ver se acertamos o número de prestações em que a multa será paga”.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Não quero, não quero, não quero!

Em Touguinhó, localidade do norte de Portugal onde se deslocou com a sua comitiva de ministros para entregar mais um portátil no âmbito do programa “Um aluno, um computador”, Zé Chócrates, embora mal disposto, falou ao Chocrático: “Não quero fazer declarações, só digo que já estou farto de maledicência. Nestes três anos de governo não tenho ouvido propostas sérias da oposição, apenas maledicência, como esse comentário que me inscrevi no curso de inglês que frequento apenas para poder receber um computador mais barato. Mas posso garantir aos portugueses que a oposição não vai conseguir evitar que o meu governo atinja o objectivo do programa 'Um aluno, um computador', que é dar computadores com banda larga não só aos alunos do ensino básico, mas também a todos aqueles que entram para o infantário e, mais ainda, aos alunos dos cursos de sexo tântrico, de culinária e de dança do ventre”.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Quem me acaba o resto?

Em declaração ao Chocrático, o ex-secretário de Estado da Administração Pública, João Figueiredo, manifestou o seu descontentamento pelo lugarzinho de juiz que lhe arranjaram no Tribunal de Contas e que o impediu de terminar a reforma da Administração Pública, a qual se havia transformado no seu objectivo de vida. “Porra, ainda não tinha acabado!” - queixou-se - “O meu objectivo não era que por cada dois funcionários públicos que saíssem entrasse um, mas sim que por cada vinte funcionários públicos que deixassem a Administração Pública entrasse apenas um gestor, já que assim a despesa pública com vencimentos teria uma redução de sete euros mensais”.

Encher a bolsa

Em declarações ao Chocrático, a CMVM (ou CVM, segundo Joe Berardo) informou que, desde que passaram a ter cotação na Bolsa de Lisboa, as acções do posto de abastecimento do Jumbo de Alfragide têm obtido resultados de tal modo favoráveis que passarão a servir de referência para o indíce PSI-20. Sobre o mesmo assunto, Zé Chócrates comentou: “Porreiro, pá! Estou muito satisfeito com o facto de termos um posto de abastecimento com tanto lucro, ao nível das maiores empresas europeias. Tal significa que a política do meu governo está no caminho certo e, contra a vontade da oposição, vamos seguir em frente, até que outras empresas sejam admitidas na bolsa. Aliás, de acordo com informações do ministro das Finanças, todos os postos de abastecimento da GALP e da BP, menos os que estão junto à fronteira com Espanha, têm acções que valem mais que as da EDP, e já temos padarias, talhos e até bancas de fruta e legumes dos mercados que, embora vendam menos que há um ano atrás, movimentam mais dinheiro que a Sonae. E não quero falar das farmácias pois, como sabem, algumas delas até já foram admitidas nas bolsas de Londres e de Nova Iorque”.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Dinâmica

Em face das recentes propostas da ERSE, entidade que (dizem) regula o sector energético, a qual pretende repartir os custos das facturas incobráveis de electricidade por todos os consumidores cumpridores e, ainda, actualizar o tarifário de electricidade com base trimestral, o Chocrático foi ouvir Zé Chócrates, que se encontrava a inaugurar uma passagem de peões em Aveiras de Cima: “Porreiro, pá! Essas propostas da ERSE são um bom exemplo de como se pode criar uma dinâmica de emprego – desde que os responsáveis da ERSE apresentaram essas ideias, receberam não só propostas de emprego do circo Chen e do Cardinalli, mas também da TVI, para substituírem o Batatoon”.

Mania de reclamar

A propósito do previsto aumento de preço de cerca de trezentos medicamentos, ontem anunciado no ParaLamento dos portugueses, e que provocou uma onda de protestos dos mais variados sectores, Zé Chócrates, de regresso da Azambuja onde se deslocara para inaugurar um bebedouro no jardim central, não conseguiu esconder a sua insatisfação: “Esses protestos são manobras concertadas da esquerda radical, em que tudo serve como motivo de queixa. É um absurdo que o aumento dos medicamentos traga dificuldades acrescidas às famílias portuguesas – ora se os portugueses têm de esperar vários meses por uma consulta médica, já só vão comprar esses medicamentos em 2009 e, como tal, já vão ter ordenados ou pensões superiores às actuais”.

Dá-me um beijinho

Na passada 3ª feira, Zé Chócrates recebeu Manuela Ferreira Leite no palácio de S. Bento. Finda a amena cavaqueira, em que foi servido um lanche de pastelinhos de bacalhau e um copinho de branco, Chócrates aquiesceu em falar ao Chocrático sobre os motivos da visita: “Porreiro, pá! Gosto muito da senhora, que veio visitar-me para saber onde compro os meus fatos, de modo a que se o PSD ganhar as eleições em 2009, vai vestir-se como eu e, assim, os portugueses nem vão notar que mudou o primeiro-ministro”.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Toca a andar!

Zé Chócrates, durante a visita que hoje efectuou ao “Portugal dos Pequeninos” - onde aproveitou para visitar Marques Mendes - foi confrontado com a notícia veiculada pelo semanário Sol relativa à aquisição de dois Mercedes para o ministro e para o secretário de Estado da Defesa, acarretando uma despesa de 140 mil euros para as desoprimidas finanças públicas. Com a simpatia que lhe é conhecida, o director-geral Zé Chócrates declarou ao Chocrático: “Porreiro, pá! Foi uma boa compra porque os Mercedes são carros muito mais seguros que o Lexus que o ministro do Ambiente espatifou. E é mais uma falsidade da oposição acusarem o meu governo de despesismo porque o ministro das Finanças não aceitou todas as opções propostas pela Mercedes, e os carros não vêm equipados com a cadeirinha de criança. Pelo menos enquanto o António Vitorino não for ministro…”.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Viva Portugal! (3)

Zé Chócrates, que se encontrava hoje em Macinhata do Vouga, onde se deslocou com a sua comitiva de vários ministros para inaugurar a ligação à internet do único computador da escola C+S da localidade, acedeu, embora a contra gosto, a comentar para o Chocrático a desilusão causada pela derrota de Portugal frente à Suíça: “Estou muito triste, não pela decepção que a nossa equipa causou aos emigrantes portugueses na Suíça, que agora vão ser alvo de chacota, mas sim porque, na ausência de mais uma vitória moralizadora, a maioria dos portugueses vai voltar a concentrar-se no seu dia-a-dia e, pelo menos até ao próximo jogo, volto a ter mais uns milhões de Louçãs a chamar-me mentiroso, o que é uma tremenda falsidade”. E algo irritado, Zé Chócrates dirigiu-se para a viatura oficial e, antes de ser afastado pelos seguranças, o Chocrático só conseguiu ouvir mais algumas palavras do nosso director-geral: “Oh Manel Pinho dá aí um cigarrinho dos teus que eu deixei o tabaco no carro…”.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Venham mais cinco...mil

Em declarações ao Chocrático, a comissão de tascas, barracas e arraiais de Alfama afastou qualquer receio sobre a previsível escassez de sardinhas e bebidas - em resultado da recente paralisação dos camionistas - nas festas populares daquele bairro típico de Lisboa. “Podem vir todos, menos os inspectores da ASAE, claro, porque não vão faltar sardinhas e bebidas. Temos aí montes de conservas de sardinha em azeite e de sardinha em tomate e para se beber temos a água daqueles bidons azuis grandes onde lavamos os pratos”.

Peixeiradas

A paralisação dos camionistas que terminou hoje de madrugada foi ontem posta em causa pelos pescadores que, mercê da dificuldade em escoar o pescado, vinham sendo obrigados a devolver o produto à proveniência, já que os distribuidores, cujos camiões não circulavam, não compravam o peixe aos intermediários e estes, que estão na lota é para ganhar alguns cêntimos por quilo de peixe, também não o adquiriam. Tal situação conduziu, na manhã de ontem, a violentos confrontos, entre pescadores e um piquete de camionistas na estrada de acesso à lota de Matosinhos, conforme foi testemunhado pelo Chocrático. Os pescadores mostravam-se agastados com a falta de oportunidade da paralisação dos camionistas. “Se queriam parar tinham-no feito quando nós também estávamos parados” queixou-se um pescador ao Chocrático, “Um gajo agora quer comer uma pianola de entrecosto ou uma entremeada e não há nada nos talhos e nos supermercados, e tem que se sujeitar a comer o peixe que agora ninguém compra na lota”. “Há 4 dias que só como sardinhas”, manifestou-se um outro pescador, “e tenho ali um vizinho que há uma semana que só come jaquinzinhos”. Por seu lado os camionistas queixavam-se “na semana passada queríamos um carapau ou um besugo e tínhamos de comer bife do lombo, pois agora fiquem aí com o peixe todo”.
Não tendo surtido qualquer efeito o diálogo entre uns e outros, rapidamente se passou das palavras aos actos e, destes, chegou-se a vias de facto com as hostilidades a terem início com um ataque cerrado dos pescadores aos camionistas que, por sua vez, se socorreram da carga que se encontravam nos camiões que faziam parte do bloqueio. Assim, viram-se pelo ar sardinhas, maçãs, robalos, camisolas Lacoste contrafeitas, pargos, donuts e até pensos higiénicos, os quais foram os únicos destroços de guerra que ninguém recolheu.Em resultado dos confrontos, ainda ontem tiveram de ser assistidos no hospital de Matosinhos dois pescadores com indigestão de donuts e um camionista que fez um corte no dedo mindinho quando amanhava um pargo com um quilo e duzentos.

A crise acabou!

Hoje, quando procedia à inauguração de uma rotunda em Vale da Porca, Zé Chócrates fez algumas declarações ao Chocrático sobre a recente crise dos combustíveis: “Porreiro, pá! Estou muito satisfeito porque a crise dos combustíveis está definitivamente ultrapassada. Finalmente os portugueses aperceberam-se que os combustíveis não só estão a um preço justo mas até bastante baratos, de tal modo que nos últimos dias toda a gente atestou os carros com gasolina e gasóleo do mais caro e, pelo que ouvi dizer, até esse esgotaram nalgumas bombas. Creio mesmo que os espanhóis já se aperceberam do preço de saldo a que são vendidos os combustíveis e começaram a imitar o Macário Correia, vindo encher os depósitos nos postos de abastecimento portugueses…”.

Viva Portugal! (2)

Quando, ontem, o Chocrático andava a comemorar a vitória de Portugal sobre a República Checa, circulando de bicicleta pela capital – sim, porque sem gasolina não há carro – deparou-se com o director-geral Zé Chócrates conduzindo uma viatura governamental na zona de São Bento. Fazendo uso da simpatia e acessibilidade que lhe são características, Chócrates acedeu a falar ao Chocrático, apesar de serem quase horas de jantar: “Pois, estou bastante decepcionado porque não vi o jogo, já que estou desde as quatro e meia da tarde na fila da bomba da gasolina e só há pouco é que consegui encher o depósito aqui do BMW. Não me calhou nada bem ter que vir à bomba mas dois dos meus motoristas tiraram esta semana de férias e o terceiro ficou em casa doente para ver o jogo. Ora como amanhã tenho de sair bem cedo para ir inaugurar uma rotunda em Vale da Porca, tive de vir eu atestar o carro”. Sobre o jogo, Zé Chócrates comentou: “Bem, apenas pude ouvir o relato no carro, mas sei que os golos foram marcados pelo Deco, pelo Cristiano Ronaldo e pelo cigano, perdão, pelo Quaresma. Ora como até domingo não se vai falar de outra coisa senão de futebol, o que me dará algum descanso, vou nomear os dois primeiros como assessores do Pepe, e o Quaresma vai ser consultor do ministro da Economia. Todos sabemos que na feira de Carcavelos os primos do Quaresma vendem camisolas Lacoste e sapatos Timberland a um décimo do preço a que se encontram nas lojas, por isso quem melhor que ele para ensinar ao fumador do Manel Pinho como é que as nossas fábricas hão-de produzir roupa e calçado de marca a preços competitivos?”.

Viva Portugal!

Em declarações ao Chocrático na passada 3ª feira, dia da Raça, o director-geral deste pequeno e que nunca chegará a médio país, Zé Chócrates, manifestou o seu contentamento pela vitória de Portugal sobre a Turquia por dois secos. Damos-lhe a palavra: “Com esta vitória expressiva, os portugueses ficaram anestesiados durante uns dias e falam apenas de futebol, esquecendo os combustíveis ao preço do perfume francês, o poder de compra que encolhe como uma peúga de lã quando é lavada na máquina a 80 graus, os nossos impostos “finlandeses” e os respectivos benefícios sociais “marroquinos”, sem querer ofender Marrocos, claro”. Exultante, Chócrates prosseguiu: “O Pepe, que marcou o primeiro golo, vou nomear assessor ainda não sei de quê mas também não é importante, e só não o nomeio como segundo ministro da presidência porque não é parecido comigo nem veste fatos iguais aos meus. Quanto ao Raul Meireles, que evitou que ganhássemos à rasquinha e aumentou as esperanças dos portugueses com o 2º golo, já lhe consegui um lugar de juiz no Tribunal de Contas, onde vai ser colega daquele ex-secretário de Estado que fez um óptimo trabalho conseguindo que a Administração Pública gaste muito menos com os funcionários públicos, sobrando mais dinheiro do Orçamento de Estado para os gestores pagos a peso de ouro, para os helicópteros que não aparecem, para o SIRESP que não funciona, para os Lexus que os meus ministros espatifam e, claro, para os meus “boys” que, como todos sabem são pelo menos 30 por cento dos setecentos e cinquenta mil funcionários públicos, ou seja, são… três vezes sete vinte e um… hum…bem… é fazer as contas”.