quarta-feira, 9 de julho de 2008

Uma tirada do menino (2)

O Chocrático, na sua laboriosa missão de prestar um serviço público, oferece aos seus leitores mais uma passagem do best-seller “Chócrates – o menino de ouro do PS”. Venha ela:“Uma noite destas estava em casa, afundado no sofá na companhia do meu copinho de leite morninho, e enquanto ouvia o Tony Carreira que cantava aquela canção ‘Sonhos de Menino’ pus-me a recordar os meus sonhos. Lembrei-me de ser mais novo e gostar muito do filme ‘Robin dos Bosques’, especialmente a versão da Disney, que tinha as raposas e o tigre. Lembro-me como se fosse hoje que sonhava em ser o herói do filme, de espada em punho, a defender os oprimidos. Foi talvez por isso que, mais tarde, pratiquei esgrima, e voltei a ter os mesmos sonhos de menino. E ainda nessa altura continuava a ver-me como o grande defensor dos perseguidos, escondido na floresta e sempre pronto a atacar aqueles que procuravam saquear os desgraçados dos cobradores de impostos com o intuito de distribuir o dinheiro pelos pobres. E imaginava-me como um esbelto xerife de Nottingham com fato Armani, impondo a ordem nas florestas, zelando para que os impostos fossem total e devidamente cobrados e entregues às finanças do reino, nem que para isso tivessem de ser espremidos os aldeões magricelas que berravam já viver na pobreza. Mas o melhor era quando eu me imaginava a esgrimir com o Robin dos Bosques, um tipo grosseiro e com pouca instrução, com cara de Francisco Louçã, e que se dedicava a perseguir os coitados dos cobradores de impostos, que apenas cumpriam a sua missão – é que levava tantas que fugia a correr para os braços duma aldeã famélica. No meu sonho eu tinha um ajudante de xerife igualzinho a mim, o Peter Silva Pereira, que durante os duelos me ia dando umas instruções preciosas em voz baixa – ataca ali, passa-lhe uma rasteira agora, dá-lhe já que ele ainda está a desembainhar a espada – e assim eu conseguia vencer sempre. O mais curioso é que o destino me levou a ser o paladino dos oprimidos e ainda hoje defendo, não com a espada mas com legislação, o pagamento de impostos pelos cidadãos deste país, especialmente os mais pobres porque são em maior quantidade que os ricos”.

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