sexta-feira, 31 de outubro de 2008

'Tou aqui tão bem...

O Chocrático apurou que Zé Chócrates começou já a preparar a campanha eleitoral com o objectivo de ser reconduzido no cargo de primeiro-ministro, de modo a continuar durante mais quatro anos o belíssimo trabalho que tem vindo a fazer desde que arranjou cama, mesa e roupa lavada à borla em São Bento.
Inspirando-se em Barack Obama, Zé Chócrates já deu instruções aos seus assessores para prepararem um programa de televisão com uma hora de duração que será emitido uma semana antes das eleições legislativas de 2009. Esse programa, exaltando os feitos de Chócrates e do seu governo, será dirigido principalmente aos eleitores que ainda acreditam nele, sendo emitido no canal Panda, nos vários canais Disney e também na SIC, onde será incluído numa emissão especial de “Os Malucos do Riso”.
Seguindo também a táctica Valentim Loureiro, Zé Chócrates procurará ganhar o voto dos pensionistas oferecendo um computador “Magalhães” a cada um, especialmente àqueles cuja reforma mal lhes chega para comer e para a farmácia, quanto mais para navegar na Internet…

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Siga!!

Algumas mentes - das muitas iluminadas que fazem parecer o Ministério da Educação uma rua da Baixa em época de Natal - propuseram que nenhum aluno reprove no seu percurso até ao 9º ano de escolaridade. O Chocrático vai mais além e propõe outras medidas que visam também o bem-estar dos alunos portugueses:
- que as entediantes disciplinas de Matemática, Português, Física e Química passem a ser opcionais, tendo como alternativa outras disciplinas igualmente enriquecedoras e formativas, mas menos maçadoras, como “Introdução à Playstation”, “Playstation Avançada”, “Conversação em calão” e “Navegação na Internet”
- que nenhum aluno reprove até ao 12º ano, desde que mande um SMS no início do ano escolar a inscrever-se (para evitar a maçada de ter que se deslocar ao estabelecimento de ensino)
- a entrega imediata de um diploma a todos aqueles que se inscreverem num curso superior (também por SMS, claro…), ficando ao seu critério deslocar-se à faculdade e aprender qualquer coisa ou ficar em casa a conversar no Messenger

- que a todos aqueles que consigam completar a escolaridade mínima sempre com notas negativas seja imediatamente atribuído um lugar de ministro, secretário de estado ou encaminhado para a carreira política, porque a sua qualificação será, conforme se comprova diariamente desde há muito tempo, mais que a suficiente para ocupar um desses cargos

Jackpot

O ministro Vieira da Silva, assim como os seus colegas Pino e Lino, encontram-se em Las Vegas, não para acompanhar as eleições presidenciais americanas, mas para visitarem alguns casinos daquele paraíso do jogo.
O Chocrático contactou com o ministro Vieira da Silva via telefone e reproduz aqui as palavras do dito cujo: “Pois é verdade que viemos a Las Vegas para jogar nas slot-machines e, possivelmente, na roleta e no poker de dados, para recuperamos os duzentos e tal milhões de euros das pensões dos portugueses que este ano se perderam devido aos investimentos acertados que fizemos no mercado de acções. Mas os portugueses podem ficar descansados porque vamos reaver todo o dinheiro do Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social que se desbaratou, pois os consultores financeiros do meu Ministério já me garantiram que há maiores probabilidades de sair um jackpot aqui no casino do que eles aplicarem bem o dinheiro do Fundo. E se mesmo assim a coisa correr mal, tenho a certeza que os portugueses irão ajudar a repor o dinheiro perdido descontando mais um por cento para a Segurança Social e reformando-se apenas aos 80 anos…”.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

O freguês que se segue!

O Chocrático estava na banca dos jornais a tentar espreitar o último número das revistas Maxmen, GQ e FHM para ver se encontrava as fotos de Marta Leite de Castro com pouca roupinha – só para apreciar a qualidade das fotografias, claro – e afinal o que conseguir vislumbrar foi uma notícia de jornal referindo que vão aumentar as cirurgias em ambulatório nos hospitais públicos, o que elimina o internamento dos doentes e, dizem, vai reduzir as listas de espera.
Em face desta notícia o Chocrático, sempre pronto a ajudar, oferece aqui à ministra Ana Jorge uma sugestão que permitirá não só reduzir ainda mais as listas de espera mas também libertar espaços nos hospitais, espaços esses que poderão ser utilizados para salas de espera para quem recorre às urgências. Assim o Chocrático propõe a aquisição de uma frota de carrinhas tipo biblioteca itinerante da Gulbenkian ou da Câmara Municipal de Lisboa, mas equipadas para a realização de cirurgias, incluindo médico, enfermeira, anestesista e funcionário da ASAE, para fiscalizar as operações. Cada uma destas carrinhas deambulatórias, ia andando por aí a tocar uma musiquinha irritante como a que anuncia as carripanas da Family Frost, estacionava à porta do doente, tocavam à campainha para ele vir cá abaixo, fazia-se a respectiva ficha no “Magalhães” que era parte integrante do equipamento da carrinha, procedia-se à cirurgia ali no local (mas rapidamente, antes que a carrinha fosse bloqueada pela EMEL) e, por fim, despachava-se o doente para sua casa que é onde ele está melhor e passava-se ao seguinte.

É claro que, e à semelhança do que se vai passar com as cirurgias em ambulatório, dava-se o contacto de um médico ao doente para o caso de haver complicações com o pós-operatório, mas como este tem de ligar para o número geral do hospital, pedir para ligar ao bloco, expor o caso ao funcionário do atendimento e, por fim, esperar que o médico apareça ao telefone, talvez seja melhor ir logo tirar senha na urgência do hospital mais próximo…

É à escolha, ò freguês!

No sábado passado o Chocrático topou o ministro Jaime Silva em amena cavaqueira com alguns agricultores, todos sentados à mesa – os agricultores numa e o ministro noutra, claro – com aqueles a alambazarem-se com umas costeletas de vitela e vinho tinto do bom e este a degustar um peixinho grelhado acompanhado duma água mineral. Ou seja, com o ministro bem integrado com os agricultores, como é seu costume.
E perorava o nosso ministro sobre a sua última ideia luminosa, a carta de azeites: “Sim – afiançava ele – eu desejo que quando alguém for ao restaurante possa escolher numa carta de azeites qual é que vai utilizar no tempero dos alimentos que vai ingerir. E pretendo ir ainda mais longe, de tal modo que quando alguém for ao restaurante e pedir, por exemplo, bacalhau com grão, não só lhe seja apresentada a carta de azeites, mas possa igualmente escolher os outros temperos, ou seja, que lhe sejam apresentadas também a carta de vinagres, a carta de sais, a carta de pimentas, a carta de salsas, a carta de cebolas e ainda a carta de alhos”.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Podemos dormir descansados (2)

O Chocrático encontrou Zé Chócrates em Pescanseco do Meio a inaugurar mais uma creche (talvez a 29ª nos últimos dias…) e questionou-o sobre a actual situação económica nacional, ao que ele respondeu peremptoriamente: “Os portugueses não têm motivos para estar preocupados porque, tal como ontem afirmei, o Estado não deixará de cumprir o seu dever e apoiar as famílias mais carenciadas, ou seja, os Mellos, os Azevedos, os Espíritos Santos, os Berardos e os Amorins, que estão a perder muito dinheiro com esta crise financeira”.

Podemos dormir descansados

Teixeira dos Santos veio dizer que as poupanças dos portugueses estão garantidas aconteça o que acontecer… e o Chocrático ficou na dúvida – então não era este ministro, juntamente com o seu colega Pino (desta vez sem o Lino) e o patrão Zé Chócrates que há algum tempo atrás diziam que não havia crise nenhuma e que se houvesse alguma “crise externa” esta não iria afectar Portugal? Pois….

Cristiano Ronaldo no desemprego

Há algum tempo atrás, aquando da apresentação dos resultados do BES no primeiro semestre deste ano, Ricardo Espírito Santo afirmou algo como “temos que equacionar uma redução de pessoal” o que se justificava, na óptica daquele, porque o BES só havia tido lucros de quarenta e tal milhões de contos [no primeiro semestre, note-se]. Ora com os mercados financeiros em convulsão, as acções a caírem a pique e a crise do subprime, o Chocrático, no alto da sua inocência de quem não percebe nada disto, tem para ele que o BES no segundo semestre vai ter lucros ainda inferiores aos quarenta e tal milhões de contos que, pelos vistos, eram coisa pouca. Por isso, o Chocrático antecipa já aqui que todos os funcionários do BES que ainda não o foram, vão ser despedidos agora, incluindo o Cristiano Ronaldo, que tanta publicidade faz ao banco. Mas descanse quem tem conta no BES: os funcionários vão ser “reduzidos a zero” mas os administradores mantêm-se e bem pagos como até aqui. Afinal de contas se houve alguém que teve visão estratégica e/ou avalizou os investimentos em fundos imobiliários norte-americanos que tão belos frutos têm gerado não foi, com certeza, o caixa do balcão de Freixo-de-Espada-à-Cinta…

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Mais uma crise resolvida

O Chocrático deparou-se com o ministro Mário Lino a passear lá para os lados da Ota e questionou-o sobre o que fazia por ali. Eis as suas palavras: “Já que o novo aeroporto não vai ser construído aqui, estou a pensar rentabilizar os terrenos. Assim, prosseguindo a política de Zé Chócrates de proteger quem mais precisa, vamos resolver uma grave crise habitacional e social que afecta um sector da população. Para isso o governo vai construir moradias com piscina que serão entregues a quem precisa, neste caso os vereadores, os deputados da Assembleia Municipal e outros quadros superiores da Câmara Municipal de Lisboa que recebem tão pouco que só podem pagar rendas de algumas dezenas de euros em casas camarárias no centro da cidade…”.

A verdadeira razão

O Chocrático tem para si que esta onda de assaltos (ele são bancos, postos de abastecimento, ourivesarias, caixas multibanco e tudo o que vier à rede) tem uma base social: os cidadãos que se dedicam a essas actividades de risco procuram apenas complementar os seus magros orçamentos familiares, já que os vencimentos do agregado familiar (à semelhança do que se passa com muitos outros portugueses) não chegam para as prestações da casa e do carrito modesto, para as despesas do supermercado e da farmácia, e ainda para o material escolar, incluindo os livros e os indispensáveis “Magalhães”, para as crianças.
É que nem todos podem ter empregos como deputados, gestores públicos ou administradores de bancos para dispor de um ordenado que permita cobrir todas essas despesas…

(alterada em 6 Out 2008)

Férias (3)

Foi à porta do dito bar que o carro do Chocrático veio a ser encontrado alguns dias mais tarde, só que, quando o foi buscar e pretendia regressar a casa, perdeu-se numas estradas sem qualquer indicação (as únicas do país nessas condições, certamente) e acabou por ir parar ao centro da Quinta da Fonte. Foi aí que o Chocrático teve oportunidade de constatar a que é que os nossos governantes se referem quando dizem que vivemos num país seguro, já que quase todos os moradores do bairro andavam armados, alguns ostentando mesmo carabinas e shotguns. “Se todos os bairros fossem assim não havia roubos nem violência – cogitou o Chocrático – só faltavam mesmo eram uns rottweillers e uns pitbulls à solta para morder quem não fosse conhecido no bairro e a segurança dos moradores era completa…”.

Férias (2)

Pior foi quando, no último dia de férias e quando dava um passeio de carro pelos subúrbios de Lisboa (já que o dinheiro não dá para mais) o Chocrático foi vítima de um roubo por carjacking e se viu privado do seu carocha de 1967. Embora não fosse uma viatura de alta cilindrada, era a que estava mais à mão, conforme os ladrões tiveram a amabilidade de explicar antes de arrancar com o carro a alta velocidade (que é como quem diz…). Felizmente que o carro não foi danificado nem utilizado no roubo de nenhuma caixa multibanco, já que os ladrões apenas queriam ir beber umas imperiais e comer uns amendoins e não lhes apetecia ir a pé até ao bar, que ficava três quarteirões abaixo do local onde o Chocrático foi assaltado. Dado que o pior que lhes pode acontecer é terem de se apresentar semana sim semana não na esquadra do bairro, alguns cidadãos habituam-se a puxar da arma e a pedir carros emprestados para ir para o emprego – roubar bancos, gamar caixas multibanco, assaltar postos de abastecimento, etc. – e depois não querem outra coisa, incluindo ir de “rabinho tremido” até ao café ou à padaria…

Férias (1)

Pois é, o Chocrático tem andado desaparecido da blogosfera, mas por razões pertinentes, nomeadamente porque esteve a fazer companhia a Zé Chócrates nas férias deste. Assim, enquanto o nosso director geral - mais comedido devido à situação económica do país - se ficou por uma unidade hoteleira de luxo no sul de Espanha, o Chocrático, mercê das poupanças amealhadas desde as últimas férias, alambazou-se com três dias de férias na tenda que alguns familiares (ainda) têm no parque de campismo da Costa da Caparica.