terça-feira, 2 de agosto de 2011

De comboio para São Bento

O Chocrático tropeçou em Tachos Coelho à porta da sede da Caixa Geral de Depósitos e disparou à queima-roupa:
- Acha que nestes tempos de crise, em que aos portugueses cada vez sobra mais mês no fim do ordenado, são aceitáveis os aumentos exorbitantes nos transportes públicos? E também acha aceitável que os aumentos dos passes na linha de Sintra cheguem aos 25% quando o governo disse que seriam na ordem dos 15%?
Tachos Coelho fez aquele sorriso costumeiro, igual ao esgar que faria se fosse obrigado a sorrir enquanto estivesse a defecar algo mais duro e consistente, e justificou-se:
- Claro que são aceitáveis, porque não queremos privatizar empresas que não dêem lucros estapafúrdios a quem as comprar. E quanto ao maior aumento dos passes ocorrer nos comboios da linha de Sintra também é justificado – sendo esta linha a que tem mais atrasos, os comboios mais cheios, as maiores filas de espera, os comboios mais sujos e mais borrados com graffitis de primatas, a linha em que as opções de transporte são mais escassas e as alternativas rodoviárias são mais miseráveis e, claro, os comboios com mais insegurança e mais roubos, claro que os aumentos teriam de ser também os maiores. Assim é tudo em grande, já para não falar que é nesta linha que poderia ter viajado um futuro primeiro-ministro, isto se eu alguma vez tivesse andado de comboio suburbano. E agora perdoar-me-á mas vou fazer uma visitinha aos meus amigos que nomeei recentemente para a administração aqui da Caixa, a ver se já descobriram alguma coisa para fazer enquanto aqui estiverem.

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